sábado, 3 de novembro de 2012

No corpo desta morte

Miserável homem que eu sou, quem me livrará do corpo desta morte? Rm 2:24

Quero compartilhar os sentimentos da semana, pois sei que não sou a única privilegiada a passar por provas, tentações, e todo tipo de situação contraria àquilo que realmente desejamos viver em Cristo Jesus, minha semana foi cheia de:

Cansaço por ser eu, dúvidas, tristeza, vontade de nunca mais pecar contra Deus, desprezo por criticas próprias e de outros, dificuldade em me olhar, e ouvir qualquer coisa que eu mesma pronunciasse, e o pior, desconfiança acerca da paternidade de Deus, se pertenço ou não a Ele; isso acompanhado de insonia, dor de dente, dor de cabeça, e problemas no trabalho.
E por fim, um pedido (já bem conhecido por Deus):"_ Pai me deixe ir para casa! não tenho mais motivos e nem paciência pra continuar por aqui, se tu me amas mesmo me deixe ir, estou cansada de tudo, e especialmente de mim."

Nada disso é novo para mim, em especial a parte da dúvida a respeito do pertencer ou não a Deus, da graça dele sobre mim.
Ele tem sido sempre muito paciente comigo, o tempo todo demonstrando o seu amor, tentando fazer com que eu creia, e creio! mas sempre volto as dúvidas e me sinto o último dos seres .
Não duvido que ele ame e cuide de outros, do seu amor incondicional, o problema é crer na paternidade e cuidado dele por mim, o que acaba sendo o mesmo que duvidar do seu caráter, pois a palavra diz: "Eis que Deus é mui grande; contudo, a ninguém despreza; grande é em força de coração."  jó 36:5 
Isso me consome e faz com que eu queira que Ele se afaste, que Ele desista de tentar me convencer de que sou amada e aceita, pois não suporto o ver tentar tantas vezes sem sucesso.
Hoje mais uma vez Ele me surpreendeu,  passei a tarde toda lendo o livro "Graça abundante ao principal dos pecadores" do John Bunyan, eu me vi nesse livro, era a minha imagem, o John sofreu por muitos anos com essa mesma tentação e a considera a maior de todas: "De todos as tentações que tenho enfrentado em minha vida, questionar o ser de Deus e a veracidade do seu evangelho é a pior e a mais difícil de suportar. Quando essa tentação surge, tira-me o amparo e remove de meus pés os alicerces."
Eu não tenho dúvida de que este questionamento seja o pior dos pecados, ele desfigura Deus.
O Jonh hoje me encheu de esperança, não imaginava que houvesse um homem com um coração tão duro quanto o meu para aceitar o amor e a graça de Cristo.
Fiquei extremamente desconsertada apos ler o livro,  por isso o citei, mas já tinha em mente um texto do qual ele não fazia parte, mas que tbm tem tudo haver com o livro, já que todos estamos inclinados as dúvidas, todos somos assaltados com pensamentos contrários a Palavra; todos somos tentados a todo momento a não crer; todos nós cansamos, nos sentimos fracos e por vezes queremos desistir; todos caímos e temos dificuldades em nos levantar,  isso porque estamos no mundo, ausentes do nosso lar e vivendo no corpo desta morte.
É um drama comum a todos os que já morreram com Cristo e esperam o dia em que serão revestidos com um novo corpo imortal a semelhança do Dele, glorioso! (filipenses 3:21)
Não é fácil alimentarmos o Espirito dentro deste corpo de carne, habitando em um mundo corrompido, a verdade é que quanto mais nos aproximamos de Deus e do seu caráter santo, mais incomodados ficamos com o pecado em nós e fora de nós.
Paulo, define melhor essa realidade:
Miserável homem que sou, quem me livrará do corpo desta morte?
Antes de entrar no texto, uma curiosidade. Há quem interprete que Paulo se referia a um costume romano de se atar um cadáver a um criminoso como forma de punição. Não sei se este costume de fato existiu, só sei que serve pra comparação, é bem assim mesmo que sentimos, que estamos arrastando um cadáver que por vezes tenta ressuscitar.
Continuando:
"Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum, e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.
Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço.
Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.
Acho, então, esta lei em mim: Que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.
Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Rom 7:18-24
Paulo cita o drama dos "mortos-vivos" (mortos para o mundo, vivos para Deus), mas no fim não nos ensina a como nos livrar desse defunto que carregamos, isso porque não há como nos livrar, o fardo é o corpo que habitamos, o corpo que é inclinado ao pecado, nosso homem exterior.
O consolo vem de Deus mesmo; a paciência dele, o olhar de misericórdia e aceitação; a graça de Cristo é o que nos faz ser compassivos conosco mesmo.
Enquanto o meu desejo é morrer logo para me livrar do corpo desta morte, o dEle é me fazer enxergar que Ele já julgou este corpo do pecado, Ele já o matou e me livrou dele em Cristo Jesus.
Este corpo ainda esta aqui, é uma realidade! Porém, ele não tem poder algum sobre mim, ele não pode roubar a vida que Cristo já me deu, ele não pode impedir que Deus venha até mim e que o seu Espirito habite em mim, Jesus já nos livrou!
Devemos olhar para onde Cristo olha, para o homem interior, este que anseia agrada-lo e fazer a sua vontade, é para este que Ele olha e considera,  se este se corromper, ai sim, estaremos novamente perdidos.
O que nos diferencia dos demais homens, não é o sermos perfeitos, pois não somos; a única diferença é que aceitamos a vida de Cristo e mortificamos o corpo do pecado, nós não escolhemos pecar de corpo e alma, como eles o fazem, antes buscamos ser santos, como aquele que nos resgatou.
E por fim ao texto (e ao meu drama mexicano rsr):
Reconheço que Cristo veio exclusivamente para matar o homem exterior, o corpo do pecado que me condenava a morte, e Ele o matou! este corpo já não pode me acusar e ter domínio sobre mim.
Reconheço que em mim, no meu corpo, não há bem algum, mas no meu interior pela graça de Cristo, habita o Espirito de Deus.
Reconheço que sou fraca e muito limitada, mas pela graça de Cristo sou aceitável.
Reconheço que não preciso ser nada e nem fazer nada para pertence-lo, pois tudo Ele já fez para me ter.
Reconheço, mesmo que as vezes não pareça  por causa do corpo do pecado, ainda assim o mundo não tem poder algum sobre mim, pois para ele estou morta: "e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" Gal 2:20

Que os nosso olhos estejam postos em Cristo, em sua graça redentora, no mais:

Exortando-os ao arrependimento na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus" Atos 14:22

Quem nos livrará do corpo desta morte?
Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Rom 7:24-25

Trecho das considerações finais do Livro Graça abundante:

Vejo e sinto continuamente essas coisas, pelas quais sou afligido e oprimido. Entretanto, a sabedoria de Deus as ordena para o meu bem.
1- elas me fazem detestar e abominar a mim mesmo;
2- Impedem-me de confiar em meu coração;
3- Convencem-me da insuficiência de toda retidão inerente;
4- Mostra-me a necessidade de correr para Jesus;
5- Compelem-me a orar a Deus;
6- Mostra-me a necessidade de vigiar e ser sóbrio;
7- Estimulam-me a orar a Deus, por meio de Cristo, para que me auxilie e conduza neste mundo.












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